Arquitetura Brasileira
Arquitetura Brasileira
A arquitetura Neocolonial lusitana teve um impacto significativo na produção arquitetônica brasileira no início do século XX, em grande parte como uma resposta ao desejo de reafirmar a identidade nacional e a herança cultural após o período da Primeira República. Inspirada pelo movimento neocolonial português, que buscava resgatar elementos tradicionais da arquitetura colonial portuguesa, essa estética foi adaptada no Brasil com uma revalorização do período colonial brasileiro, especialmente das construções do período barroco.
Os arquitetos brasileiros começaram a incorporar elementos como azulejos, beirais emoldurados, varandas com grades de ferro, arcos e janelas emolduradas em madeira e pedra. Esses detalhes remetiam às construções coloniais, principalmente as edificações religiosas e as residências urbanas das cidades históricas de Minas Gerais e Salvador. Essa tendência refletia uma busca por uma identidade nacional que fosse distinta do ecletismo europeu e do modernismo emergente, ao mesmo tempo em que buscava se distanciar da influência direta da arquitetura neoclássica francesa e inglesa, predominante no Brasil imperial.
Além disso, o movimento neocolonial foi apoiado por intelectuais e arquitetos que viam na arquitetura colonial uma representação autêntica do "espírito" do Brasil. Figuras como Lúcio Costa e José Mariano Filho foram proponentes dessa retomada, que se manifestou em projetos públicos e privados, especialmente em edifícios governamentais, escolas, e em residências de elites urbanas.
Esse período de produção arquitetônica neocolonial coincidiu com um momento de redefinição da identidade nacional, mas o movimento que serviria como ponte entre o passado colonial e os desafios da modernidade que se impunha seria varrido junto com tudo mais pelo modernismo, já a partir da década de 1930.
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