olá amantes da liberdade. venho por meio deste texto, passar a gnose libertária. mas afinal, o que o gnosticismo tem a ver com o libertarianismo?
A gnose — ou gnosis, do grego (“conhecimento”) é um conceito filosófico-espiritual que se refere a um tipo de conhecimento interior, intuitivo e transformador, voltado para a compreensão profunda da realidade, da divindade e da própria alma. Não se trata de conhecimento intelectual comum, mas de uma percepção da verdade pura, alcançada por meio de despertar espiritual.
A gnose não surgiu em um momento ou lugar específicos, mas tomou forma mais clara entre os séculos I e III d.C., sobretudo no ambiente do Mediterrâneo, onde ideias gregas, judaicas, egípcias e orientais se encontravam.
Disso nasceu o gnosticismo, um conjunto de movimentos religiosos e filosóficos que tinham como eixo a busca por essa sabedoria interior. Embora associado ao início do cristianismo, o gnosticismo também dialogava com tradições pagãs, herméticas e judaicas. Por isso, a gnose é mais antiga que o próprio gnosticismo e aparece em diferentes culturas, como o hermetismo egípcio, o neoplatonismo e alguns ramos do misticismo judaico.
A ideia central da gnose é que o ser humano possui uma “centelha divina”, uma porção de luz ou espírito aprisionada na matéria e na ignorância. O objetivo da vida espiritual é acordar essa centelha, reconhecer sua verdadeira origem e retornar ao divino. Alguns temas fundamentais do pensamento gnóstico são: o conhecimento como libertação: A salvação não acontece pela fé externa, por rituais ou obediência, mas pelo conhecimento interior. Esse conhecimento revela: quem somos (a alma divina), onde estamos (um mundo imperfeito ou ilusório), e para onde devemos voltar (a realidade espiritual plena).
Muitos sistemas gnósticos veem o mundo material como uma realidade limitada, imperfeita ou até hostil, criada por entidades inferiores, frequentemente chamadas de Arcontes ou Demiurgo. A verdadeira divindade estaria além desse mundo, em uma esfera de luz e plenitude. Textos gnósticos utilizam mitos, símbolos e narrativas complexas para expressar verdades espirituais. Essas histórias não devem ser lidas como eventos literais, mas como metáforas. A gnose frequentemente envolve a figura de um “mestre espiritual” às vezes identificado com Cristo, Sofia, Hermes ou outros, a depender da vertente, que atua como transmissor da sabedoria oculta e nos guia.
Mais do que um sistema religioso, a gnose é um método de autoconhecimento espiritual que atravessou os séculos e influenciou: misticismo cristão, alquimia medieval, hermetismo renascentista, tradições esotéricas modernas, e movimentos contemporâneos de espiritualidade. No centro desse caminho está a busca pelo despertar da consciência e pela compreensão da origem divina da alma.
Já o libertarianismo é uma filosofia política, que tem como princípio central a liberdade individual. libertarianismo vem do latim, libertas, que significa liberdade. tem suas origens e raízes no liberalismo clássico do século 18, com precursores como john locke. O primeiro uso registrado do termo libertário foi em 1789, quando William Belsham escreveu sobre libertarianismo no contexto da metafísica. Em 1796, libertário passou a significar "defensor da liberdade", especialmente nas esferas política e social. O termo "libertarianismo" foi introduzido por teóricos anarquistas franceses no século XIX, que defendiam aliberdade individual. a popularização do termo se deu em 1955 pelo escritor Dean Russell. Embora herdando raizes intelectuais do século anterior, o pensamento do Libertarianismo só foi sistematizado filosófica e politicamente no século 20, a partir da Escola Austríaca de Economia. Seus antecedentes intelectuais, desde fins do século 19, pode-se dizer que foram duas linhagens: Liberalismo clássico, sobretudo a defesa Lockeana da propriedade privada; Economia marginalista austríaca: iniciada com Carl Menger em 1871, cujas ideias sobre valor subjetivo e ordem espontânea abriram caminho para a teoria social não centralizada. No início do século 20, a Escola Austríaca com Eugen Von Böhm-Bawerk, Ludwig Von Mises, e posteriormente Friedrich A. Hayek estabeleceu a estrutura teórica que possibilitou a crítica consistente ao planejamento central. A partir da obra monumental de Mises, Ação Humana (1949), o mercado deixaria de ser meramente uma categoria econômica e tornaria-se um processo social de coordenação baseado em trocas voluntárias.
Embora Mises fortaleça muito a base econômica e praxeológica, é Murray Rothbard quem eleva a teoria ao nível de um pensamento político integral, isto é, uma filosofia completa de direitos, ética, economia e organização social. Ele estabeleceu os pilares do anarco-capitalismo: direito natural, princípio de não agressão (PNA), e mercado de segurança, justiça e defesa substituindo os monopólios estatais. o libertarianismo vê o estado como uma estrutura social ilegítima, pois é baseado na expropriação, violência, e coerção. e não na liberdade individual, livre iniciativa, e livre mercado. dessa forma, impostos são roubos, pois obrigar um indivíduo a entregar parte de seu patrimônio, de maneira não voluntária é ilegítimo. em outras palavras, é como o seu estado fosse uma espécie de parasita social, não gera riqueza, não produz valor, não agrega nada à sociedade. apenas tira de quem produz, os indivíduos e as corporações. o estado rouba, gera ineficiência, cria monopólios, favorece alguns grupos. por tudo isso, ele é uma instituição ilegítima, que não deveria existir. o libertarianismo acredita que o mercado e a livre iniciativa, consegue substituir todos os serviços providos pelo estado, de forma até mais igualitária e eficiente. como saúde, educação, e justiça.
Indo alem das definições e resumos históricos dos dois temas citados, fica visível de certa forma, as características em comum que carregam, ou ao menos, os propósitos, se forem feitas algumas substituições, as semelhanças aumentam. A gnose é também gesto de reconhecer que a verdade não reside em uma autoridade externa mas na centelha interna daquele que se “libertas”, assim sendo o libertário é, o gnóstico político, aquele que vê para além do Leviatã, do Demiurgo, para além dos sacerdotes burocráticos e corporativos que se arrogam donos da vida política e econômica dos cidadãos. Tal como no mito gnóstico, onde o Demiurgo fábrica um mundo material de sutil prisão, o Estado constrói sua forma de cativeiro: impostos que se apresentam como um “dever cívico”, obediência à ele como virtude, invasão travestida de segurança.
Se o gnóstico buscava se libertar das engrenagens e grilhões invisíveis que aprisionam a consciência, o libertário visa desvelar e destruir as engrenagens visíveis que amarram a sociedade.
aqui vão meus agradecimentos caso você tenha chegado até aqui, e seguimos explorando a liberdade através da tecnologia
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esse texto é uma colaboração entre nostr:nprofile1qqs23pam8quvxmykmnvvvhhrlsxvmctlvpnydxxr7aw9zd4xtqekfdqpzpmhxue69uhkummnw3ezumt0d5hsz9mhwden5te0wfjkccte9ec8y6tdv9kzumn9wshsz8thwden5te0dehhxarj9e3xjarrda5kuetj9eek7cmfv9kz73qd4dr e nostr:nprofile1qqsqpxdmmyuf4k2n536ufss2c3a8cmjvy5q8fmj3wlw5s2m0mmxly3cpz4mhxue69uhhyetvv9ujuerpd46hxtnfduhszythwden5te0dehhxarj9ekxzmny9uq3zamnwvaz7tmwdaehgu3wwa5kuef0e2nfgy
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