A humanidade deveria ser dividida em duas: quem se incomoda e faz algo para mudar, ao invés de ficar reclamando, e quem só reclama e não faz nada.
O primeiro, deveria se reunir entre si, online e fisicamente, de preferência onde as coisas já tendam a funcionar, pra formar uma sociedade que funciona. O segundo tipo já não fará nada, de qualquer forma, sequer iria buscar se reunir...
Mas me pergunto o porque, de forma geral, isso não acontece. Várias pessoas com vontade, capacidade e ação para resolver problemas, e de se reunir para isso, nem ao menos tentam fazer ou não conseguem realizar o que pretendem. No máximo, se contentam com uma relativa vantagem sobre os demais, caso tenham destaque e/ou dinheiro, se contentando em viver na parcial segurança de um condomínio ou de uma propriedade mais isolada.
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Acho que sei o porque... O dinheiro é tanto um solucionador como um grande entrave nisso tudo.
É obviamente um solucionador, pois ter dinheiro e agariar financiamento, cria sustento ou meios para a grande maioria das iniciativas.
Mas é um grande entrave, porque tem os meios, mas não tem dinheiro, muitas vezes depende dos outros acreditarem para que a iniciativa se concretize e se mantenha. E como os bandidos e corporativistas são os que normalmente mais tem dinheiro, eles não financiarão o que contraria o controle deles. Muito pelo contrário.
Jesus, Antônio Conselheiro e Satoshi Nakamoto, apresentaram outras vias em que as coisas podem ser resolvidas de forma mais direta, embora a do Satoshi Nakamoto ainda seja a mais monetária e dependente dos limites o dinheiro, mesmo com as inúmeras vantagens que Bitcoin oferece.
Já Jesus e o Antônio Conselheiro reuniram pessoas com poder aquisitivo muito baixo, para que, no caso de Jesus, elas desenvolvessem a moral, a espiritualidade, o bom senso e a integração, e, no caso de Antônio Conselheiro, para que elas pudessem se desenvolver juntas de forma autônoma...
Mas ambos acabaram chamando a atenção dos 'poderosos' e foram perseguidos.
Talvez apenas os resultados do trabalho de formigas não sejam revolucionários. Muitos podem ter a impressão de que nada está sendo feito ou pouco está impactando.
A influência de Jesus no início foi bem limitada. Ele percorreu poucos lugares e falou com poucas pessoas e discípulou diretamente um número ainda menor.
Não conheço Antônio Conselheiro, para mim é uma conta aqui no NOSTR. O que Satoshi fez também foi subestimado por anos, e até hoje não é claramente compreendido como algo revolucionário.
Como disse, trabalho de formiga para longo prazo. Não subestime o valor dos encontros e pequenas ações.
O Antônio Conselheiro foi um histórico líder religioso cristão e brasileiro que reuniu pessoas pobres afetadas pelo Estado e pela seca na Bahia, em uma fazenda abandonada em Canudos.
Mas eles acabaram obliterados pelo Estado brasileira e os militares envolvidos, ou morreram, ou não foram pagos, e formando as primeiras favelas.
Depende do que é dito como 'revolucionário', mas eu quis dizer que de forma geral há muito potencial desperdiçado.
Já ouvi falar sobre esse conflito. Tem um filme sobre isso, provavelmente.
Nunca vi filmes sobre... Mas sei que ele se tornou um símbolo libertário, apesar de não ser tão conhecido mesmo por libertários.
Revolucionário é um trabalho que muda uma radicalmente a realidade, digamos em um curto prazo.
É possível que o Bitcoin, o Nostr, o Bitchat e outras iniciativas, sejam revolucionários, nesses termos.
Mas ainda assim dependem do ponto de vista, para muitos, já são revolucionários, para outros eles só serão revolucionários quando tiverem mais adoção.
Eu acredito que a transformação acontece devagar mesmo. A tendência é essa, pois gerar ordem gera um custo energético alto e o primeiro grupo é pequeno. A descentralização da informação e das finanças vão baixar o custo para as pessoas do primeiro grupo se reunirem e se organizarem. Mas acho que isso acontece devagar mesmo. Eu, pessoalmente, não faço ideia de como um grupo de pessoas organizadas poderiam fazer a diferença no sentido que você propõe. Alguma sugestão?
A transformação é lenta, mas a base da mudança geralmente é rápida, pois geralmente basta que um autor, inventor ou desenvolvedor tenham o estalo e concluam o conceito por eles mesmos.
Já sobre união, me refiro à ideia de colaboração mais direta, de pessoas com o mesmo objetivo se ajudarem para desenvolverem a ideia. Isso acontece em certa medida no mundo dos códigos open source e na escrita colaborativa, mas parece ser muito mais lento para coisas físicas, principalmente quando se pautam sobre territórios e jurisdição (só vi funcionar em certo ponto em Próspera, em Honduras).
Não falo sobre se dedicar a uma única base de atuação, mas sobre cada um conseguir estar em um projeto que tenha a ver com o que possuem mais interesse e/ou mais conhecimento, a fim de produzir mais liberdade individual por cada um deles, e talvez assim gerar de forma descentralizada um ecossistema de soluções, tanto na forma de startups, organizações sem fins lucrativos ou mesmo de pessoas individuais doando, construindo, melhorando ou gerando engajamento em projetos...
Vou citar um bom exemplo. Na área de artigos informativos, o nostr já tem clients voltados a produção deles e até com um formato mais wiki, mas nesse último me parece que tanto o desenvolvimento do código estagnou, como também o dos textos (embora possa até ser que as IAs tenham desempenhado um papel para a queda desse setor).
Já no mercado de produtos físicos, ainda não vejo colaboração para desenvolver itens e invenções, e muito menos para que qualquer um possa recriar, os financiar ou para haver meios produzir e vender.
Já ouvi muita gente usando o termo revolucionário, mas a mudança está se tornando gradual no mundo. Pode ser revolucionário numa perspectiva individual. Muitas pessoas mudaram radicalmente suas vidas com essas ferramentas.
"A humanidade deveria" isso soa muito socialista. E no final o primeiro grupo pode gerar filhos que se classificam no segundo, fazendo desmoronar este planejamento central.
Não disse que alguém deveria fazer algo kk
Eu disse que a conclusão prática das ações individuais das pessoas deveria criar esse tipo de separação. Mas, se você observar o texto como um todo, observara que eu concluo que isso não acontece em termos gerais e portanto há pressões que estão se impondo.
Esses planos gerais… sempre esses malditos planos gerais.