Eu canso de ver esse tipo de coisa:
Pessoas contando histórias na aba de comentários.
Um amigo de infância que morreu, escutava aquela música, e a pessoa comenta lá apenas pra dizer que sente saudades e explana as lembranças.
Momentos da infância que ficaram marcados por causa daquele som. Pai com alzheimer que escutava tal música, a pessoa comenta sobre como aquilo a leva de volta pros bons tempos com o pai.
Alguém que escutou aquilo uma vez, e depois de 4, 5, 10, 15 anos achou aquela música.
Eu não sei bem o que define ou forma um gosto musical. É certo que músicas e coisas antigas tem sua beleza, mas provavelmente eu nunca me interessaria se não houvessem ganchos.
Artistas da geração Z que criam músicas baseadas no Synthwave, YouTubers que falam de coisas antigas, memes e tópicos sobre nostalgia, tudo isso em algum momento me foi recomendado na For You, e acabei gostando.
Fora de moda? Tudo ficará fora de moda, até começar a haver ciclos e repetições.
E essas gravações perdidas é o tipo de coisa de me dá curiosidade. Talvez nem seja uma banda ou músicas que eu vá gostar, mas o sensação de perda e mistério é forte.
Talvez seja só uma gravação, mas pode haver uma história incrível por trás, ou um sentimento/significado enorme pra quem viveu aquilo.
O que me fascina é isso: o há por trás de uma simples música, objeto velho, lugar abandonado, e essas coisas. O tempo amplifica sensações.
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Eu também tinha muito interesse por objetos antigos e lugares abandonados quando era jovem. Até hoje gosto, porém não tanto quanto antes. Quando criança, gostava de comprar revistas em quadrinhos antigas em sebos, ver fotografias antigas de parentes que nunca conheci em álbuns de família, ler revistas antigas, comprar jogos antigos e visitar prédios antigos.
Gostava de sentir uma conexão com uma época em que eu nem existia. Acredito que conforme vamos envelhecendo, criamos nossas próprias memórias do passado e então não precisamos mais de memórias de terceiros.
Nunca conheci ninguém na minha juventude que gostasse dessas coisas anacrônicas que remetem a histórias e sensações de outros tempos. Vc é uma jovem muito peculiar. Deus te guarde assim.
"Saves" de jogos eletrônicos também são um tipo de lost mídia. Uma das lost mídias mais singulares que existem. Vc gosta de jogos eletrônicos? Dá uma sensação estranha quando vc pega um memory card de um jogo que vc jogou muitos anos atrás contendo um "save state" que te permite voltar ao ponto onde parou.
Tem uma história famosa de um filho que achou o videogame do pai falecido com um "save" dele, como conta esse cara:
Na verdade, pelo que eu sei, o filho conseguiu ser melhor que o pai na pista do jogo e toda vez que ele chegaria na frente, ele freava metros antes da chegada para não apagar a memória do pai.
Tem um filme que retrata bem como a memória é a forma que temos para vencer o tempo e reviver sentimentos e situações que já não existem mais.
Se vc curte a estética noir ou cyberpunk, talvez vc ache interessante o filme "Blade Runner 1982". Ele traz a história de replicantes, seres humanos gerados já adultos em laboratório. Os replicantes não possuem memórias verdadeiras, apenas memórias falsas que são implantadas na mente deles, pois descobriu-se que eles tornam-se perturbados quando descobrem que seu passado é falso.
Além da estética e trilha sonora que eu adoro, o filme traz no enredo questões filosóficas e psicológicas interessantes.
Conheço essa história, se não me engano foi a primeira relacionada a jogos que eu lembro nesse assunto.
Eu jogava bastante, principalmente na pandemia, hoje nem tanto, era mais pra distrair e falar com os amigos, mas sei como é recuperar um save antigo de um game e trazer tantas lembranças.
Eu não sei exatamente se sou "peculiar" no sentido de gostar de coisas antigas "Porque sim". Talvez o fato de eu ter poucos amigos, me distanciado deles por ter avançado umas séries, e a pandemia que me fez ficar quase 1 ano e meio sem aula, isso pode ter criado um certo "vazio".
Não que eu viva sozinha, ou sem amigos, mas sou um pouco solitária quando se trata de conversas menos macaquísticas.
Hoje estou aqui, conversando no Nostr com alguém desconhecido, que pode ter 2, 3 vezes a minha idade, sobre um assunto até que profundo, sem problemas, mas fora daqui ninguém me leva a sério, nem adulto, nem colega de sala, às vezes nem meus amigos.
Existem certas válvulas de escape de valem a pena, ao menos pra não enlouquecer. Se você hoje tem boas lembranças o bastante pra "não precisar" dessas histórias, que bom.
Eu imagino que quanto mais se envelhece, mais momentos nostálgicos vem, se for isso, acho que mesmo assim ainda vou gostar desses assuntos. Cada tem uma história, e sempre vale a pena conhecer, deve haver algo interessante e valioso no meio.
Preciso ver esse filme. Que cena.
Vi nos comentários que o vilão do filme e o ator que interpretou, ambos morreram em 2019. Ironia.