Chamei de "pensamento alegórico" um dos temas mais importantes a que me dediquei nos últimos anos. Ele nos permite perceber a continuidade entre as últimas etapas do pensamento helenista e o início da modernidade, sem cair nas facilidades das narrativas de ruptura que abundam na literatura histórica e filosófica sobre os últimos séculos.
Nascido de um excesso — e não de uma carência — de simbolismo, o pensamento alegórico está na base dos mais diversos modos de afastamento da experiência direta da realidade e da despersonalização dessa experiência.
Ele se manifestará seja através de esoterismos pelos quais a substancialidade das coisas se dissolve em supostos sentidos secretos e mais elevados, seja através de ideologias que restringem nossa cognição por meio de analogias cada vez mais limitativas (tudo remeterá ao "capital", p. ex., ou ao "marxismo cultural"), seja através da experiência de avatar que caracteriza grande parte de nossa vivência online e offline no século XXI.
O pensamento alegórico sempre dependerá da tradução de uma determinada rede de significados para outra rede cujos nexos de analogia com a primeira são arbitrários.
As aulas em que discuto o tema ainda estão disponíveis:
https://ronaldrobson.com.br/course/a-alegoria-do-mundo/
Também tratei do assunto, com um exemplo bastante didático, neste texto, que aliás vai dar nas origens do pensamento alegórico:
https://ronaldrobson.com.br/a-caverna-de-itaca-segundo-porfirio-interprete-de-homero/
Ronald Robson
ronald@primal.net
npub15k9z...wc7q
Writer. Radically Brazilian. | Autor de "Contra a vida intelectual, ou iniciação à cultura" (2024) e "Conhecimento por presença: em torno da filosofia de Olavo de Carvalho" (2020). | Criador de flusserproject.com
Notes (20)
Acabo de ver em um filme asiático marromeno:
- Guerra que se passa nas estrelas? Star Wars. Guerra que se passa no inverno? Guerra Fria. Guerra que não acaba nunca? Guerra da Coreia.
De Heidegger a Olavo de Carvalho:
https://ronaldrobson.com.br/por-baixo-da-fala-por-tras-do-mundo/


Começa hoje. E ainda dá tempo de você se inscrever (com bitcoin, inclusive).
https://youtu.be/1vCShy0i-RQ?si=Fmqq0846mIY29-9i
Months ago I posted here a review of Alex Karp’s ‘The Technological Republic’ in which I hinted at the idea that those truly concerned with ‘the West’ should let it go once and for all. Defending something that is already gone is, in my view, pointless. Now I find a similar argument fully developed in this book.
In the present age our aim should be — Paul Kingsnorth writes — ‘to build new things, out on the margins. Not to exhaust our souls engaging in a daily war for or against a “West” that is already gone, but to prepare the seedbed for what might, one day long after us, become the basis of a new culture. To go looking for truth. To light particular little fires— fires fuelled by the eternal things, the great and unchanging truths— and tend their sparks as best we can. To prepare the ground with love for a resurrection of the small, the real and the true.
But first, we are going to have to be crucified.’


Caramba, meu livro “em torno da filosofia de Olavo de Carvalho” está com 70% de desconto (o frete sai por coisa de 10 janjas). E ó: no carrinho, uma das formas de pagamento é a rede lightning. Chegou a hora de vocês queimarem seus suados satoshinhos!
https://videeditorial.com.br/conhecimento-por-presenca-em-torno-da-filosofia-de-olavo-de-carvalho
Preparar feijoada sábado de manhã ao som do Trismegisto da música brasileira, ó 👌


Informe-se e inscreva-se:
https://ronaldrobson.com.br/weil/
Abri as inscrições para meu novo curso, que interessará àqueles mais habituados à filosofia bem como àqueles que ainda sentem dificuldade em se orientar em meio a tantas correntes filosóficas. As informações básicas estão no artigo. (Sim, é possível pagar em bitcoin.)
Mais notícias virão em minha newsletter, que é disparada toda sexta-feira e fica abrigada em ronaldrobson.com.br
nostr:naddr1qvzqqqr4gupzpfv2ye348cwxfthx3a60wpkph3d4ch8aka0wd3jdr8nvz2rmk2gcqyt8wumn8ghj7etyv4hzumn0wd68ytnvv9hxgtcpr9mhxue69uhkcctwvuh8yetvv9uhxtnvv9hxgtmswsqp76twd93kjct095kkv6tvdaek7enfvykkxmmd94exjcedwajkjmqz3y0gj
Black Myth Wukong is beautiful.
Very engaging combat style with a volume of cultural information (Chinese lore) rarely seen in games.
Back to Rosenzweig.


De vez em quando alguém me pede orientações sobre *como ler* filosofia, ou como aproximar-se dela. No próximo mês iniciarei um projeto para responder a esses pedidos: Iniciação à Filosofia com Éric Weil.
Informações:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSceRhT9AVQLHMTUd0Xr0vl2AW3o-ZlOeZXUsKeJxv7iLLiWjw/viewform
Nice. But I think the canonic ones are more puzzling than the gnostic ones.
Há aqueles que não acreditam na macumba, mas acreditam na teoria da macumba.
Uma explicação de por que isso é um problema:
https://ronaldrobson.com.br/saudades-do-ateismo/
One of the most annoying things in the bitcoin community is the idolatry of “liberty”. This alone won’t lead us very far. Is it that difficult to perceive that the whole worldview that anchors the fiat system was articulated centuries ago precisely in the name of “liberty”? Bitcoin needs a high moral purpose, not just one more juvenile and impractical fantasy.
>> chama <<
https://youtu.be/_RReu5WGhw4?si=tk6wHsYUFfSHE9S9
Amazed to know that Rabelais’ hilarious character Panurge was modeled after Pico della Mirandola, who spent some time in Paris before setting out to defend (which would never happen) his 900 'Theses'.
nostr:npub1yzvxlwp7wawed5vgefwfmugvumtp8c8t0etk3g8sky4n0ndvyxesnxrf8q looks cool on a tablet.

