Cara, o que é que tem de empirismo no aristotelismo?
Como o aristotelismo pode ser empirista se tanto Aristóteles quanto Tomás eram realistas moderados?
O empirismo é oposto ao realismo tomista.
Não sei se você confunde metafísica aristotélica com empirismo iluminista... Posso estar enganado, mas se for, são duas coisas opostas.
E outra, metafísica não significa "além da criação", mas somente "além da física", isto é, além do mundo material e empírico. Anjos são criações espirituais, sendo assim, além da física.
Por fim, não faz sentido negar a filosofia de Aristóteles por não ser deduzida das Escrituras, pois o Princípio da Identidade, o Princípio da Não-Contradição e o Princípio do Terceiro-Excluído não o são, e sem esses três princípios você simplesmente não consegue pensar logicamente.
Login to reply
Replies (2)
Sobre a definição de Empirismo:
O Empirista ensina que a verdade se tornou conhecida por aquisição de imagens, sons, etc, captadas pelos sentidos, porém como ele sentiu (viu, ouviu, etc...) pela primeira vez o significado da palavra "se" ou da palavra "talvez" como isso forneceu a ele por pura experiencia sensorial uma precondição para que ele conhecesse tais termos? O Empirismo sempre é uma falácia formal, pois não pode fugir do problema da indução (como ensinaram Dave Hume, O Problema da Indução, ou Bertrand Russel, Os Problemas da Filosofia, e diversos filósofos racionalistas como Descartes, ou outros). Todo o método empírico cai em uma falácia indutiva.
Sobre a minha crítica à Epistemologia Tomista:
O erro de Tomás de Aquino residia principalmente na suposição de que a razão humana, por si só e sem a revelação divina, pode alcançar um conhecimento significativo e confiável de Deus e da verdade.
Aqui estão os principais pontos do erro de Tomás de Aquino:
* O Problema do Empirismo e da Teologia Natural:
- Ponto de partida errôneo: Tomás de Aquino, influenciado por Aristóteles, acreditava que todo conhecimento começa com a experiência sensorial ("nada está no intelecto que não esteve antes nos sentidos"). A partir dessa experiência, a razão humana seria capaz de ascender a verdades mais elevadas, incluindo a existência e alguns atributos de Deus, através da teologia natural (como as famosas "Cinco Vias" para provar a existência de Deus).
* Para Aquino o conhecimento pode ser derivado da experiência sensorial (Empirismo). E o empirismo inevitavelmente leva ao ceticismo, pois a experiência é subjetiva, mutável e não fornece fundamento para verdades universais e necessárias. Se o conhecimento começa com a sensação, não podemos ter certeza de nada, nem mesmo das declarações bíblicas.
* Invalidez das "provas" da existência de Deus: Consequentemente, Calvinistas críticos do Tomismo como Gordon Clark, consideravam as "provas" da existência de Deus de Tomás (e outras formas de teologia natural) como falácias lógicas. Gordon Clark por exemplo argumentava que a razão humana decaída é incapaz de chegar à verdade sobre Deus por conta própria, pois o pecado afeta a capacidade cognitiva do homem.
* A Autossuficiência da Razão Humana vs. a Suficiência da Revelação Divina e Confiança excessiva na razão: Tomás, embora valorizasse a revelação, parecia atribuir uma autonomia considerável à razão humana na esfera da verdade religiosa. Ele via a fé e a razão como duas vias complementares para o conhecimento de Deus, com a razão podendo preparar o caminho para a fé.
*Eu como cristão reformado defendo a epistemologia pressuposicional como a única fonte confiável de conhecimento, especialmente sobre Deus e o mundo, a revelação divina infalível, ou seja, a Bíblia. A razão humana, por si só, é falha e incapaz de discernir a verdade última.
* A Bíblia como Axioma: A Bíblia deve ser o ponto de partida axiomático para todo o pensamento cristão. Ela não precisa ser provada pela razão ou pela experiência, pois é autoautenticadora e autoevidente. Tentar provar a Bíblia ou Deus por meio da razão humana é um sinal de falta de fé e uma subversão da autoridade da Palavra de Deus.
* A Questão da Univocidade e Analogia:
- Analogia em Tomás: Tomás de Aquino defendia a linguagem analógica para falar de Deus. Ele argumentava que quando usamos termos como "bom" ou "sábio" para Deus, eles não significam exatamente o mesmo que quando aplicados a seres humanos (univocidade), nem significam algo completamente diferente (equivocidade), mas sim que há uma semelhança proporcional. Em contraste, defendo a univocidade conceitual entre o conhecimento humano e o conhecimento divino. Para que a comunicação de Deus com o homem seja inteligível, deve haver um conteúdo de verdade unívoco. Se não houvesse, o conhecimento humano seria meramente uma "analogia da verdade" sem a verdade em si, o que o levaria de volta ao ceticismo. Para Clark, Deus se revela em termos que podemos entender, e a diferença entre o conhecimento de Deus e o conhecimento do homem é de grau, não de tipo. Deus sabe mais e sempre saberá mais, mas o que sabemos, sabemos de forma verdadeira porque Ele o revelou de forma unívoca.
Em resumo, o "erro" de Tomás de Aquino consistia em uma confiança excessiva na capacidade da razão humana (especialmente via empirismo e teologia natural) para alcançar verdades sobre Deus, em detrimento da supremacia e suficiência da revelação bíblica como o único e infalível ponto de partida para todo o conhecimento verdadeiro. Clark defendia que o homem decaído precisa da revelação de Deus para ter qualquer conhecimento genuíno sobre Ele.
Ainda sobre Epistemologia há outros Filósofos Reformados que rejeitam o Tomismo.
Herman Dooyeweerd:
"Segundo Dooyeweerd (2012a, p. 62), para os escolásticos, uma vez que a queda humana no pecado não corrompeu sua natureza, mas apenas a privou do dom sobrenatural da graça (donum superadditum), é possível para o intelecto humano conhecer e se aproximar de Deus pelas suas próprias forças.
Como consequência imediata desta concepção, Dooyeweerd (2013b, p. 29) menciona que não resta mais nenhuma possibilidade disponível para um acerca da verdadeira essência do homem, isto é, sua insight real acerca da verdadeira essência do homem, isto é, sua disposição religiosa central. O que resulta, por sua vez, em uma distinção entre duas esferas, a esfera natural ea esfera da graça, ou sobrenatural de pensamento e ação. Sendo que, a primeira é, ainda que subordinada, vista como uma espécie de preparação autônoma em relação à segunda. A graça e posta acima da natureza como um estágio superior de perfeição (DOOYEWEERD, 2012a, p. 62).
Kalsbeek (2015, p. 125) retrata que ao primeiro andar, o nivel da natureza, foi atribuído a vida natural, ou seja: o Estado; a familia; a academia; a tecnologia; a arte; os negócios; e o comércio. Francis Schaeffer (2002, p. 21), filósofo cristão americano do século XX, acrescenta que da parte inferior do dualismo, pode-se encontrar a criação; a terra e as coisas que dela pertencem; o material; e o visível. A razão poderia funcionar, assim, à parte da revelação divina, cabendo ao intelecto humano descobrir as verdades naturais por si mesmo (DOOYEWEERD, 2010, p. 96).
O andar superior, por sua vez, o nível da graça, não interfere no andar de baixo, mas o complementa e o aperfeiçoa (gratia naturam non tollit, sed perficit). Na esfera da graça, estão: a igreja; a revelação divina; a teologia; os sacramentos; e as coisas celestiais. Para Dooyeweerd (2013b, p. 30), a grande síntese que Tomás de Aquino almejou proporcionar, partindo de uma harmonia necessária entre a razão natural e as verdades sobrenaturais da igreja fez com que a primeira não pudesse contradizer a última. Dessa forma, até mesmo a filosofia, enquanto pertencente do andar de baixo, estava à serviço da teologia, enquanto locada no andar das verdades sobrenaturais, não existindo, portanto, uma filosofia cristã.
O filósofo de Amsterdã (2012a, p. 62), nesse sentido, ressalta que tal motivo-base da natureza e graça, devido ao seu caráter dialético intrínseco, produz, assim como o motivo grego da matéria-forma, uma típica tensão entre seus polos. Primordialmente, o pensamento cristão estava sendo conduzido em direção paga perigosa pelo motivo da natureza, e, posteriormente, foi conduzido em um sentido não menos perigoso de igualar a natureza com o sentido de pecado, buscado, desta feita, escapar da natureza por meio de uma experiência mística voltada para a graça sobrenatural.
A consequência dessa tensão polar foi obtida a partir do século XIV com o escolasticismo tardio de orientação nominalista representado por Guilherme de Ockham. Tal movimento passa a negar qualquer conexão entre o conhecimento natural e o sobrenatural, proporcionando, assim, dois caminhos bem distintos entre natureza e graça, negando para o intelecto humano a capacidade de conhecer o segundo andar, e, logo, rejeitando certos termos da esfera da graça.
Para Dooyeweerd (2013b, p. 30), esse foi o começo de uma secularização definitiva dada a primazia do motivo da natureza. Segundo Schaeffer (2002, p. 25), o princípio vital a ser notado é que ao passar do tempo, a natureza é vista, cada vez mais, de forma autônoma e independente, representando, na prática, que a natureza passa a tragar a graça, abrindo as portas para o humanismo secular modemo."
(Filosofia e Teologia Reformada: Perspectivas Cristãs à luz do Pensamento e Vida de Herman Dooyeweerd - Leonardo Balena Queiroz. São Paulo. 2020. fonte Editorial).
Francis Schaeffer:
" Tomás de Aquino, porém, havia aberto caminho para um humanismo autônomo,uma filosofia autônoma,e tão logo o movimento adquiriu força, a tendência tornou-se um verdadeiro dilúvio... Quanto ao problema da unidade, a Reforma deu resposta completamente oposta à da Renascença. A Reforma repudiou tanto a formulação aristotélica quanto a neoplatônica. Que resposta deu, então? Sustentou que a raiz da dificuldade brotava do velho e crescente Humanismo cultivado na Igreja Católica Romana e do conceito incompleto da Queda expresso na teologia de Tomás de Aquino, que contemplava o homem como autônomo, livre. A Reforma aceitou a noção bíblica de uma Queda total, absoluta. O homem em sua totalidade era obra de Deus; agora, porém, é decaído em toda a sua natureza, inclusive o intelecto e a vontade. Em contraste com a posição tomista, admitia que somente Deus é autônomo... Quando o homem se torna autônomo ele deixa sua epistemologia bíblica de lado,e se distancia cada vez mais da revelação escriturística."Esta esfera do autônomo em Tomás de Aquino assume várias formas. Um dos resultados,
por exemplo, foi o desenvolvimento da teologia natural. Nesta perspectiva, a teologia natural é uma teologia que se poderia formular independentemente das Escrituras. Embora fosse um estudo autônomo, ele esperava que resultasse numa unidade e dizia existir uma correlação inegável entre a teologia natural e
a Bíblia."
Em outra lugar Schaeffer diz:
“Por causa da ênfase que Aquino fez de Aristóteles, um problema emergiu e mais tarde tornou-se crucial nos elementos humanistas da Renascença. Aristóteles enfatizou os objetos individuais ao nosso redor. Os particulares. (...) Eu e você somos particulares. Começando do homem apenas e dos objetos individuais no
mundo, que são os particulares, o problema que advém daí é: como achar um significado adequado para os objetos particulares? E o mais importante: como encontrar um significado para o homem e para a vida? E qual seria a base do homem para conduta moral, valores e lei? Tardiamente, a mistura de ensino Bíblico e filosofia não-cristã conduziu à pergunta: é a Bíblia realmente necessária? Se essa é a verdade, poderia ser provada sem Ela.”
Em relação à Metafísica, minha crítica é direcionada aos Calvinistas Escolásticos/ Tomistas que defendem Concorrentismo.
O concorrentismo parte da ideia de que Deus é a primeira causa de tudo o que acontece, mas as criaturas, eventos, etc... são causas secundárias, ele está totalmente dependente e comprometido com a epistemologia e metafísica empirista de Aristóteles. Entre os que defendem um concurso no modelo empírico a priori são "calvinistas escolásticos, molinistas e arminianos". Essa visão tem em vista preservar e explicar alguma liberdade da criatura em relação a Deus, sua natureza
etc...
Alguns calvinistas defendem que é imprescindível ser aristotélico neste sentido para ser calvinista, porém, ao ler as Institutas de Calvino, ele não parece nada Aristotélico nesse sentido e vários historiadores concordam com isso.
Uma vez em um grupo de debate sobre teologia, um calvinista me repreendeu porque eu afirmei que Deus "inclina" a vontade dos impios para onde quer; ele me disse que esse tipo de linguagem não é calvinista e que a linguagem correta é "mover". Ele disse que mover é mais correto porque bate com o ensino de Tomás de Aquino e que Calvino abraçava essa ideia.
Eu respondi porém que nas Institutas da Religião Cristã, por todo o escrito, Calvino usa livremente a expressão "vergar" até mesmo "arrastar" e "inclinar". E que segundo este próprio teólogo Calvino não iria expressar bem o calvinismo, afinal, ele não usou o termo mover para se referir a vontade dos ímpios.
Outra coisa também é quanto à questão de permissividade, e o amor que este teólogo tinha pelo termo permissão, e ele me disse que quando se trata do mal o melhor a se usar é o termo permissão. Mas, por toda a obra de Calvino eu vejo que ele tem um desprezo pelo termo permissão. Inclusive Calvino defende que é errado aplicar este termo quando se refere a soberania de Deus em relação com os ímpios.
Uma coisa também necessária para a visão da teologia deles, para assim, preservarem a tão amada liberdade da criatura, é o que eles chamam de "Sensu in Diviso" e "Sensu in Composito" que seria o estado “natural" ou a “natureza” da criatura, ou seja a potência da criatura (aquilo que ela poderia vir a se tornar por sua própria ontologia).. Então eles fazem dezenas de analogias empíricas para afirmar que a criatura tem uma liberdade por ter essa natureza de "possibilidades", aqui arminianos, molinistas e calvinistas escolásticos ficam horas debatendo sobre esses termos e suas aplicações. O primeiro problema está com os calvinistas escolásticos que não sabem que esse tipo de abordagem não é de Calvino, uma historiadora nota bem isso quando escreve:
"Outro exemplo, conforme analisado por Venema, é a correspondência entre Calvino, Traheron e Bullinger sobre a doutrina da predestinação. Bullinger se preocupou com a tendência da documentação de Calvino de pôr de lado uma compreensão da oferta universal de salvação, e considerou Calvino altamente incauto ao identificar a queda de Adão como divinamente decretada, e administrado por Deus - enquanto a Traheron ele se destacava com o sinergismo mais sinérgico de Melanchthon... Calvino, é claro, não
deixou de lado suas visões, mas pleiteia pela unidade sobre a doutrina em geral. O problema da inclusão da queda no decreto eterno, além disso, não foi resolvido entre Calvin e Bullinger, mas deixado como um problema para gerações posteriores de pensadores reformados. Eles, sejam infra ou supralapsarianos, indicariam consistentemente que, embora a queda deva ser entendida como pertencente ao decreto divino (dado que nada pode existir a menos que Deus a queira), ela pertencia de tal forma que a contiguidade e a liberdade de Adão eram não apenas respeitada, mas estabelecida. No estado de integridade, Adão era capaz
de permanecer ou cair, abster-se de pecar ou pecar, e especificamente que, "in sensu diviso", a queda não era necessária: "Era possível que Adão caísse ou não caísse" [Diz Turrentini]. Mas essa linguagem não vem de Calvino, nem de Bullinger. Está enraizada em uma longa tradição de lógica e filosofia sobre as necessidades das conseqüências e pode ser extraída de Vermigli."
Além de João Calvino, Marinho Lutero também parece afirmar muitas coisas que mais se parecem ocasionalismo do que concorrentismo, por exemplo em "De Servo Arbítrio" Lutero
escreveu:
"O amor e o ódio de Deus pelos homens são imutáveis e eternos, existindo, não apenas antes que houvesse algum mérito ou obra de 'livre-arbítrio', mas antes que o mundo fosse criado; [assim] todas as coisas acontecem em nós por necessidade, conforme Ele desde a eternidade amou ou não amou ... fé e incredulidade nos chegam por nenhuma obra nossa, mas pelo amor e ódio de Deus”.
E na mesma obra, Erasmo apresenta analogias que podem facilmente corresponder a defesa do sensu in diviso e sensu in composito para defender o livre arbítrio (usando uma analogia do efeito do Sol sobre o barro e a cera, o Sol endurece o barro, mas produz efeito diferente sobre a cera, aqui o barro seria o ímpio faraó e a cera o regenerado.) porém Lutero o refuta:
"Argumento 3: "Explicação" de Erasmo sobre o endurecimento do coração do Faraó. Você interpreta as palavras: "...eu lhe endurecerei o coração...", como se elas significassem: "Minha longanimidade, mediante a qual tolero o pecador, e que leva outros ao arrependimento, faz apenas com que Faraó torne-se cada vez mais obstinado em sua impiedade". Você trata Romanos 9.18 e Isaías 63.17 da mesma maneira. Entretanto, eu tenho apenas a sua palavra de que essas são as explicações corretas. É verdade que você cita Orígenes e Jerônimo, mas quem podeconvencer-me de que eles estavam com a razão? Em suma, o resultado da sua "explicação" é inverter o sentido desses textos. Deus diz: "Endurecerei o coração de Faraó". Você faz Deus dizer: "Faraó endurecerá o seu próprio coração". E atribui o endurecimento do coração do Faraó à misericórdia divina. Se você continuar assim, terminará por transformar a misericórdia de Deus em ira e a ira de Deus em misericórdia. Naturalmente, sabemos que a misericórdia de Deus pode produzir o endurecimento do coração de algumas pessoas, assim como a sua ira. Sabemos também que a misericórdia de Deus abranda alguns corações, assim como a sua ira. Todavia, isso não é desculpa para agora confundirmos a ira de Deus e a misericórdia de Deus. Ele disse que endureceria o coração do Faraó, e então o afligiu e castigou com dez pragas. E você quer
transformar essas pragas em atos da misericórdia de Deus! Que idéia mais ultrajante poderia ser ouvida do que essa? A misericórdia de Deus se manifestou também quando Ele suspendeu vez após vez cada praga, quando o Faraó parecia ter-se arrependido; porém aquelas pragas foram o meio usado por Deus para castigar o Faraó, e endurecer seu coração. Suponhamos que Deus endureça corações quando exerce a sua longanimidade, deixando de dar o imediato castigo. Ainda assim os corações dos homens não serão abrandados senão pelo Espírito do Senhor. Portanto, não importa qual processo seja usado, os corações são endurecidos segundo a vontade de Deus e também são abrandados por ela. Você diz: "Assim como sob os mesmos raios de sol a lama é endurecida e a cera derretida; e, após as mesmas chuvas, o terreno cultivado produz fruto, e o terreno sem cultivo produz espinhos, assim também, mediante a mesma longanimidade de Deus,
alguns homens são endurecidos, e outros se convertem". Entretanto tal ilustração em nada ajuda a confirmar sua posição. Você garante que todas as pessoas são idênticas — todas possuem "livre-arbítrio". Todavia é a eleição por Deus que estabelece a distinção entre os homens. Sem a eleição divina, todos estão livres apenas para desafiar a Deus. Mas, você afirma que não há eleição. O resultado disso é que você está diante de um Deus impotente, e homens e mulheres estão sendo salvos ou condenados sem o conhecimento dEle. Ele meramente exibe diante deles a sua bondade. Em seguida, Ele nada mais pode fazer, senão, talvez, ir participar de algum banquete! Isso é o máximo que a razão humana pode conceber. Porém o que você fez foi confundir toda a questão,
criando dois tipos de "livre--arbítrio", um representado pela cera e pela lama, e outro pelo terreno cultivado e o sem cultivo. Essas ilustrações são inúteis para você. Só fariam sentido se comparássemos o evangelho com o sol e com a chuva. E se comparássemos os eleitos com a cera a o terreno cultivado; e os não-eleitos com a lama e com o terreno sem cultivo. Os não-eleitos são feitos piores, depois de ouvirem o evangelho, e os eleitos melhores, após ouvi-lo. Você inventou a "explicação" de que o Faraó endureceu o seu próprio coração em face da bondade de Deus, porque, segundo você afirma, é absurda a idéia de que um Deus que é bom pudesse ter feito isso. Mas, quem diz que essa idéia é absurda? Somente a razão humana sente-se ofendida diante de tal idéia. Compete-nos aquilatar as ações divinas mediante a razão humana, a qual é cega, surda e ímpia? Com base em tais alicerces, a fé cristã inteira é absurda. Conforme Paulo diz, em 1 Coríntios 1.23, é uma loucura para os gentios e uma pedra de tropeço para os judeus, que Deus
pudesse ser um homem, filho de uma virgem, crucificado e se assentasse à mão direita do Pai. Pela razão humana, é certamente absurdo acreditar em tais coisas. Porém, seja como for, você não esclareceu a questão, ao asseverar que o homem é o responsável pelo endurecimento de seu próprio coração. Ainda precisa explicar-nos como é que Deus pode exigir que o "livre-arbítrio" faça coisas impossíveis. Como é que Deus poderia acusar o "livre-arbítrio" de pecaminoso se o mesmo não pode agir de maneira diferente? Você apela para a razão humana. Essas coisas são igualmente absurdas para a razão humana. Permanece o fato que a atuação de todo o"livre-arbítrio" no mundo não poderá jamais impedir que os homens endureçam os seus corações, sem que haja a operação do Espírito Santo. Você tem dito que Deus não pode ter feito do Faraó o homem corrupto que ele era, pois Deus viu que tudo quanto fizera era bom. Porém esta é obviamente uma referência à criação original de Deus antes da Queda. A partir de então, todos nós, incluindo o Faraó, pertencemos a uma raça ímpia e corrompida. E mesmo que essas palavras façam alusão às obras de Deus após a Queda, elas referem-se à maneira como Deus vê as coisas, e não os homens. Muitas coisas que são boas aos olhos de Deus, são más aos nossos olhos. Por exemplo: as aflições, as tristezas, os erros, o inferno, e todos os mais excelentes feitos de Deus parecem maus aos olhos do mundo. O evangelho é o melhor de todos esses feitos e não há nada, entretanto, que o mundo odeie mais."
A Metafísica aristotélica é fracassada por depender dos elementos criados ou criaturas como causa secundária, no sentido em que, eles possuem uma eficiência ou "dão forma" ao ato pecaminoso. Em contra partida uma das explicações mais elevada de Metafísica na Bíblia está em Romanos 9. Ali o apóstolo Paulo nos desenha a imagem de um oleiro mestre fazendo vasos, as propriedades que os vasos tem procedem das mãos do próprio oleiro, o vaso de barro não faz uma alça em si mesmo. Ele reconhece que todas as suas características vieram diretamente da mão do oleiro e por isso retruca "por que me fizeste assim?" (20-21). A resposta do apóstolo não é apelar para uma suposta liberdade da criatura em relação metafísica ao Oleiro mestre, muito menos o apóstolo atribui ao vaso alguma causa secundária, visto que a analogia aqui torna isso impossível. Antes, o apóstolo apela para a autoridade e o direito do oleiro de fazer o que quiser com o que ė dele.
heads-up: we looked for a lightning address on your profile but could not find one... u can get a free one at
... and then reply back to this comment so we can zap you.

Rizful: Lightning Services
Free Lightning vaults, and instant, disposable Lightning Nodes.